domingo, 11 de janeiro de 2015

Piquenique no Front, inicia temporada de 2015 do Teatro Cabofriense de Comédia - TCC

Considerado um dos mestres do teatro contemporâneo, Fernando Arrabal, nascido em 1932, na cidade de Melilha, Espanha, tornou-se um dos maiores nomes do teatro mundial. "Piquenique no Front" é, também, a primeira montagem de rua do grupo TCC - Teatro Cabofriense de Comédia, na tentativa de construir um teatro acessível ao grande público de Cabo Frio, cidade marcada pela presença massiva de turistas.
Da esquerda para a direita, o elenco: Kéren-Hapuk, Beatriz Ebecken,
Celso Guimarães Júnior, Sarah Fortes, Nathalli Amariá e  Guilherme Costa.
Direção: Jiddu Saldanha.
A peça, foi escrita no pós guerra e é uma visão irônica e um recado claro sobre o absurdo da beligerância que separa pessoas por causa de ordens superiores de generais que parecem pensar igual, ainda que o lado escolhido seja o oposto. A peça mostra, além do desperdício de vidas humanas, o imenso vazio em que a juventude é relegada em função da falta de perspectiva de futuro. O tema, embora tratado com humor, é carregado de momentos patéticos, colocando o ser humano em toda a sua paixão, mesmo num contexto de total destruição.
A montagem da peça, pelo TCC, busca, refletir sobre a falta de esperança a que os jovens são submetidos e marca o universo caótico da família, onde a construção de identidade se torna, cada vez mais aplacada pela imensa avalanche do consumismo e a total aniquilação da esperança. Num sentido mais extremo, podemos dizer que a família de Zapo, o soldado que se encontra numa encruzilhada, pois tem que cumprir com suas obrigações num campo de batalha, ao mesmo tempo que precisa da atenção aos pais, que, cansados de esperar que a guerra acabe, resolvem ir à trincheira, para saber se o filho está bem, se precisa de alguma coisa, etc...

Beatriz Ebecken, Guilherme Costa e Nathally Amariá, dedicação
na arte de representar para o público de rua!
O absurdo da situação, se agrava quando Zapo captura um inimigo e descobre que o nome dele é Zepo, além do que, vai percebendo a semelhança entre o inimigo e suas aspirações, até descobrir o absurdo a que foi envolvido, dentro de um contexto onde permanece completamente alienado do sentido da guerra. A peça, "Piquenique no Front", é uma das mais montadas no Brasil e no mundo e a forma como trata a situação da trama, traz o interesse para públicos de todas a idades, daí a decisão de fazer uma montagem para espaços não convencionais, onde o público pode ficar a vontade e descobrir um dos mais belos e singelos textos da dramaturgia mundial.


DATA E LOCAL DE APRESENTAÇÕES
Dias 17 e 18 de Janeiro na Praça da Cidadania - Espaço Zen
Horário: 18h.
Dias 31 de Janeiro e 01 de Fevereiro 
Praça São Benedito - Passagem
às 18h.

ELENCO:
Guilherme Costa, Nathally Amariá, Sarah Fortes, Gustavo Vieira, Kéren-Hapuk, Beatriz Ebecken e Celso Guimarães Júnior.

PRODUÇÃO, MAQUIAGEM E FIGURINOS:
O grupo.

DURAÇÃO: 4O minutos.

CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: lIVRE.

Breve Histórico do TCC - Teatro Cabofriense de Comédia.

O TCC - Teatro Cabofriense de Comédia, surgiu em agosto de 2014 e teve sua estreia como convidado do Festival de Esquetes de Cabo Frio - FESQ, com a cena "Ditadura", de Nathally Amariá. Na busca de formar seu próprio repertório, o grupo começou a buscar no NUDRA - Núcleo de Dramaturgia do OFICENA, a possibilidade de incorporar a seu repertório alguns outros trabalhos, experiências transitórias que foram sendo desenvolvidas, aceitas ou não, pelo grupo.
No início de 2015, mais dois trabalhos foram incorporados ao repertório do TCC, a cena curta "Eu só Liguei pra Dizer que te Amo", texto e direção de Jiddu Saldanha e a primeira montagem longa do grupo, a peça "Piquenique no Front", de Fernando Arrabal, dramaturgo espanhol, consagrado pela sua escrita única e caótica. 
Com um quadro de artistas, quase todos em início de carreira, o TCC pretende ser um grupo com formação de repertório e pesquisa teatral variada, embora tenha em seu nome a palavra comédia, entendemos comédia, aqui, como uma forma expressiva de levar a arte em todos os seus estilos. Não somos um grupo fechado no gênero humor, mas buscamos a profundidade da "comédia humana", um exercício quase psicanalítico de mergulhar na alma humana e extrair dela o que tem de mais profundo e risível.

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